Pick#177 - 500 Escudos, 1979





Francisco Sanches (1550-1622) foi um médico, filósofo e matemático português.

Nasceu no território pertencente à diocese de Braga, judeu convertido foi em 1550 baptizado na Igreja de São João do Souto, da mesma cidade, em 25 de Julho de 1551.

Com 12 anos saiu de Portugal e foi para Bordéus, onde se matriculou e frequentou o famoso colégio de Guiana, que era um foco intenso de renovação intelectual, em que influíam o Renascimento italiano e o reformismo religioso.

Em 1569 saiu de Bordéus para a Itália. Seguiu ali estudos de medicina, aprendendo a investigar em cadáveres. Mais tarde, de novo em França, prosseguiu essa prática no hospital de Toulouse, onde foi director dos serviços médicos durante mais de trinta anos.

Em 1573 matriculou-se na Faculdade de Medicina de Montpellier e, dois anos depois, fixou residência em Toulouse, onde permaneceu até ao fim da vida, ensinando medicina, tendo sido considerado nesta universidade um dos mestres mais ilustres. Como homenagem póstuma foi colocado o seu retrato num dos ângulos da sala dos Actos e lá permanece. Também Braga não o esqueceu, levantando-lhe uma estátua e dando o seu nome a uma escola.

Além de médico foi também um eminente filósofo: contestou a filosofia de Aristóteles e o pretenso saber da escolástica, mostrando o falível do testemunho dos sentidos, denunciando a ineficácia dos métodos tradicionais e tentou definir o seu próprio ideal de conhecimento. A sua obra principal saiu na I edição (Lyon, 1581), com o título "Quod nihil scitur" (Que nada se sabe), mas a II edição (Frankfurt, 1518), trouxe o título mais condicente com o seu pensamento: "De multum nobili et prima universali scientia quod nihil scitur".

Além deste e de muitos outros trabalhos filosóficos, que constituem a magnífica "Opera médica".